sábado, 9 de abril de 2011

Delicias das ilusões

Quelquer semelhança com a realidade não é coincidência. Se você se reconheceu nesse texto, foda-se pra você, você é um cretino e merece.



Faziam mais de dois meses que eu não pegava aquela erva que da um toque especial na pizza: o orégano. Alias fazia um bom tempo que eu não desfrutava de uma boa e grande pizza. Daquelas que da pra se perder nos queijos, e se empanturrar com a borda de catupiri. Como em quase toda minha vida, estava me achando um pouco além do peso, então me privei dos prazeres da comida. Deixei de ser gulosa por um tempo. Nos últimos 2 meses , sobrevivi de saladas, coisas light bleh...

Tenho que confessar. Sou meio compulsiva sabe? Se tenho uma cartela de danoninho eu vou comendo até ver o fim, não satisfeita completo a gulodisse dizendo - ''o ruim disso é que acaba rápido''. Ou seja, eu não sei desfrutar cada momento, eu quero tudo de uma vez, e acho que é por isso que me sinto às vezes, saturada das coisas e depois tão vazia (como agora).

Mas voltando a pizza. Eu tinha deixado aquele saquinho de orégano antre-aberto, no congelador. Coitado deixei-o na esperança de que breve voltaria a saboreá-lo, mas não foi assim que ocorreu. Essa paixão pelo orégano, me trouxe muitas dores de cabeça, a cada pessoa que me parava a cada olhar que me secava, sempre martelavam na mesma tecla. - ''Deixar orégano congelado e aberto na geladeira não da certo, ele apodrece e da indigestão''.

Além de compulsiva sou bem teimosa, não gosto de escutar opinião alheia, me disseram um dia pra não brincar com Sal e só pra contrariar comi muito sal, usei e abusei, até que ele me fez mal, e hoje sou dependente dele.

Meu Deus, lá vou eu me distanciando da pizza novamente, não posso perder o rumo.

Além das outras qualidade (risos), também ajo muito por impulso, juro que não gostaria de ser assim. Como daquela vez que pegaram uma das minhas pizzas com orégano e comeram muito e depois deixaram um restinho pra mim. Isso não se faz. Tudo era meu, os ingredientes o forno, no mínimo 100% deveria ser meu e não delas...
Eu briguei muito, fui capaz ate de agressão um pouco física e totalmente moral, foi impulso ímpeto de querer tudo que é meu no lugar, é ciúmes é obsessão... é egoísmo.
Recapitulando, eu gostava demais do orégano, gostava (mas não o amava, amor? Nossa nunca mais!) de vê-lo ali paradão esperando o dia “X” pra poder ser devorado com os apetrechos necessários. Até que um dia eu fui usar você orégano, mesmo com aquela falação na minha cabeça.Eu queria você. Já não suportava mais a idéia de não poder sentir aquele suave gosto na boca e de depois ter que escovar os dentes... Dava trabalho, mas era bom, o problema que era apenas bom e mais nada. Dessa vez, não estava tão dependente da erva igual ao Sal, ainda bem, menos um pra dá trabalho.
O dia “X” chegou, provei seu gosto de novo, mas estava podre, velho, sei lá... Foi estranho, eu vomitei passei mal, chorei, gritei de dor... me recuperei. Só que houve um problema, tomei nojo de orégano, não suporto estar no supermercado e sabendo que ele está lá na prateleira, pronto pra pegar uma nova vítima, e tentar deixar a pessoa alucinada, por aquela cor verde e ao mesmo tempo amarelada e doentia. Já sabendo da sua podridão orégano, eu quis vingar, mas eu não tinha forças pra eliminar você do universo, a força era apenas suficiente pra eliminar você da minha vida.
Ok, confesso, não gosto dela, nunca gostei, mas no fundo a gente tem pena né?
Já tinha eu alarmado pra todos os cantos, que a erva não prestava mais, pois havia ficado na geladeira muito tempo, quase todos me ouviram, menos aqueles que não gostavam de mim. Acreditaram no papo furado do orégano que inventou que nesse dia era meu estomago que não estava bom!
Imagine meu estomago perfeito...

Elas acreditaram, comeram do orégano, só que passaram mal. E agora imaginem só têm duas meninas aqui fora da minha casa loucas e possessas pra me agredirem só porque o orégano amargou e fez mal.

Andaram falando, que eu não cuidei bem de você orégano, que apaguei seu brilho e reformulei seus efeitos saborosos. Só porque ele ficou aberto esperando ser devorado com carinho e respeito e a hora não veio, porque eu cismei de fazer dieta depois do susto com o sal.
Juro que a culpa não foi minha, porque quando eu estive pronta, eu bem que quis aproveitar, mas me pegaram não só orégano mas a pizza toda, agora não venham chorar o leite derramado, alias o orégano derramado!
Assim eu vou vivendo a vida sem orégano, tentando descobrir outros prazeres gastronômicos que são agradáveis ao meu paladar, e no dia a dia tentando esquecer a desfeita da pressa e ingratidão do orégano aberto, congelado e abandonado na geladeira do meu coração, ele não soube esperar. Infelizmente eu quis,mais uma vez ,me alimentar de ilusão.Me disseram que ser escravos de amor e dependente como aconteceu com o sal, não era amor, era outra coisa e dessa vez eu queria muito saber o que é o amor de verdade. Aquele amor que deixa agente leso no mundo da lua abestalhado e tonto no meio da rua, uma louca, uma menininha, sorrindo e cantarolando sem parar...
Obs.: Sei que sou maluca

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